Você

Eu me perdendo então...
Desamparada entre seus cinzeiros cheios e nossas garrafas vazias.
Você indo embora. Eu indecisa entre beber um pouco mais ou procurar meus livros em pleno crepúsculo ou lavar taças bater sofás guardar cd’s mastigar algum verso adoçando o inevitável amargo despertar para depois deitar partir morrer dormir sonhar quem sabe. Você indo embora. Acordar na manhã seguinte com gosto de corrimão de escada na boca: mais frustração que ressaca desgosto generalizado que aspirina alguma cura. Tocaria o telefone? Não você não ligaria mais. Você indo embora. Minhas manhãs agora sem seus bom dias. Meus recados vazios de você. Na montagem intercalar. Você indo embora você indo embora. Crepitava minha cabeça cre-pi-ta-va com suas lembranças num romance inglês. Um halo luminoso. Na fogueira quem sabe dentro dela devem estar memórias manchadas de adrenalina onde tudo vinha em excesso cheio de manhãs de maio.
Ps: As virgulas foram tiradas propositalmente, fica muito mais interessante.

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