Você

Eu me perdendo então...
Desamparada entre seus cinzeiros cheios e nossas garrafas vazias.
Você indo embora. Eu indecisa entre beber um pouco mais ou procurar meus livros em pleno crepúsculo ou lavar taças bater sofás guardar cd’s mastigar algum verso adoçando o inevitável amargo despertar para depois deitar partir morrer dormir sonhar quem sabe. Você indo embora. Acordar na manhã seguinte com gosto de corrimão de escada na boca: mais frustração que ressaca desgosto generalizado que aspirina alguma cura. Tocaria o telefone? Não você não ligaria mais. Você indo embora. Minhas manhãs agora sem seus bom dias. Meus recados vazios de você. Na montagem intercalar. Você indo embora você indo embora. Crepitava minha cabeça cre-pi-ta-va com suas lembranças num romance inglês. Um halo luminoso. Na fogueira quem sabe dentro dela devem estar memórias manchadas de adrenalina onde tudo vinha em excesso cheio de manhãs de maio.
Ps: As virgulas foram tiradas propositalmente, fica muito mais interessante.

Meu eterno, o seu infinito.


Preciso de um copo de uísque ou qualquer coisa que embriague rápido, não muito, só o suficiente para acender a emoção cansada. Por que por baixo dela acontecem certos pensamentos com algum álcool e muita solidão
Há ruído suficiente em volta para poupar–lhes as palavras, quem sabe amargas, mas é de outra forma que tudo acontece.
Doce. Olhando o infinito, admirando o astro lunar em sua face mais linda, idealizei ou previ, quem sabe? Pois eu não sei em que ponto separa-se o real do imaginário. Idealizei uma conversa, um diálogo entre personagens que  não soube ou não quis saber quem eram.
Eles se contemplavam doces, desarmados, cúmplices, abandonados, pungentes, severos, companheiros. Apiedados. Deixando de serem noturnos para transformar-se em qualquer outra coisa a que ainda não dei nome, e não sei se darei.
E eu juro que ouvi. Não tenha medo,vai passar. Não tenha medo, menina. Você vai encontrar um jeito certo, embora não exista o jeito certo. Mas você vai encontrar o seu jeito, e é ele que importa.
Logo eu que não admito que nada e  nem ninguém seja capaz de perturbar o meu sossego falso, Idealizei  alguém para  me dizer  coisas que eu não acreditava ou deixei de acreditar, já nem sei mais.
Você não existe. Eu não existo. E talvez exista, sim, pelo menos para suprir a sede do tempo que se foi, do tempo que não veio, do tempo que se imagina, se inventa ou se calcula.
Mas estou tão poderosa assim, que na minha sede inventei a você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. E assim te ofereço tempo infinito, e é esse o meu eterno.


Desistir não, Mudar de tática!!!

Resolvi que não vou mais viver em função de achar alguém para suprir minhas carências.

Resolvi não procurar mais nos sorrisos a pseudo-solução para o vazio que tem aumentado a cada dia em mim. Por pior que seja ter que admitir  que eu preciso de alguém pra chamar de meu , resolvi não ficar tentando  achar um sorriso que encante o meu.
Eu não sei mais conviver com essa ausência em meio a muitos.
Não compreendo por que para mim ter o outro quase como uma propriedade é algo tão importante. Minto para mim mesma, finjo que não preciso de ninguém para ser feliz e acabo emudecendo meus sonhos , me acovardando da vida , dos meus pequenos delírios. Só para parecer forte diante dos outros.
Fico imaginando o dia em que um alguém vai somar-se  a minha alegria, a meus planos , a minha felicidade e transforma - lá em nossa.
Tudo em volta parece não evoluir, para que esse alguém  cruze meu caminho. Me interrogo infinitas vezes sobre o que me falta , se a sensibilidade para enxergar os sorrisos ou as oportunidades para que isso aconteça.
Mas  as interrogações serão esquecidas, as suposições postas a prova e os porquês  docemente não respondidos...
Pois resolvi não procurar mais os sorrisos e sim faze-lós me encontrar.