Depois de ler por infinitas vezes, as verdades transparentes a mim dos livros de Caio, resolvi tecer uma colcha de retalhos com alguns trechos dos seus livros...São trechos de livros e contos diferentes, mas que quando atrelados um ao outro tornam-se muito pertinentes a os meus devaneios.
"... Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo sim, do meu modo claro.
Não sei se em algum momento cheguei a ver você completamente como Outra pessoa, ou, o tempo todo, como uma possibilidade de resolver minha carência. Estou tentando ser honesto e limpo. Uma Possibilidade que eu precisava devorar ou mesmo destruir.
Confesso ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis. Meu coração ta ferido de amar errado. To exausto de construir e demolir fantasias. Não quero me encantar com mais ninguém."
Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. "
Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?
E recomeçar é doloroso. Faz-se necessário investigar novas verdades, adequar novos valores e conceitos. Não cabe reconstruir duas vezes a mesma vida numa só existência. É por isso que me esquivo e deslizo por entre as chamas do pequeno fogo, porque elas queimam - e queimar também destrói.
No meu demente exercício para pisar no real, finjo que não idealizo. Dá um certo trabalho decodificar todas as emoções contraditórias, confusas, somá -las, diminuí-las e tirar essa síntese numa palavra só, esta: gosto."
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